Um vídeo para refletir. Assim é o documentário “Arte na Ruína”, de Wagner San, de Xapuri (AC), que retrata a trajetória do ambientalista Chico Mendes pela ótica de jovens artistas da cidade. O grupo com o nome que dá título ao vídeo, é formado por 40 integrantes, com idade média de 22 anos. Eles são músicos, atores, cantores, artistas plásticos e dançarinos.
Juntos desde setembro de 2007, transformam o espaço onde foi a delegacia da cidade em ambiente para democratização da arte. Abandonado, o prédio foi usado por policiais que faziam a segurança de Chico Mendes, no momento em que o ambientalista fora baleado, para se refugiarem, deixando de prestar socorro à vítima e de capturar os assassinos.
Hoje o grupo transforma o espaço de opressão em um lugar de reflexão. Utilizam a arte como um “grito”, um desabafo diante de tanta injustiça. Para o diretor do vídeo, Wagner San, os jovens da região estão carentes de políticas públicas voltadas para eles, e o trabalho do grupo tem possibilitado o diálogo com várias instâncias.
Ruína para ele, tem vários significados. É a degradação física do espaço onde ocorre a manifestação da cultura, é a falta de atenção para com as necessidades dos jovens, é o descaso da própria sociedade com a história de Chico Mendes.
O espetáculo, apresentado uma vez por mês em Xapurí, e que agora vira vídeo, segundo o diretor, retrata Chico Mendes de maneira poética, metafórica e subjetiva. “Nós não concluímos nada, apenas apresentamos em forma de poesia, dança, teatro, música quem foi Chico Mendes e as contribuições que ele trouxe para a sociedade. Deixamos uma reflexão. Cabe ao espectador suas próprias conclusões”, explica.
No vídeo uma participação especial: Elenira Mendes, filha de Chico Mendes, que fala sobre o pai.
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